Os estragos deixados por fortes temporais em Porto Alegre mostram a necessidade de investimento em fiação subterrânea, uma demanda a ser atendida pelas companhias de serviços de telecomunicação e concessionárias de energia elétrica o mais breve possível. E essa preocupação já foi discutida e aprovada no município. A Lei 13.402 foi sancionada em 12 de abril de 2023. O projeto de minha autoria, estabelece que as redes de infraestrutura de cabeamento para transmissão de energia, telefonia, comunicação de dados via fibra ótica e outros cabeamentos devem ser subterrâneas e tem o prazo de até 15 anos para as alterações em toda a rede na capital.
A realização dessas modificações e mantendo uma fiscalização rígida, aplicando as devidas penalidades às empresas infratoras. Assim, reduzirá os gastos de manutenção da rede elétrica em razão das quedas de árvores, com os acidentes causados pelas tempestades e ventanias, episódios muito comuns no município. Os estragos causados durante o vendaval do último dia 16 de janeiro refletem o quanto essa alteração deve ser prioridade das empresas.
Somente após uma semana, 99,7% dos clientes que foram desabastecidos de energia elétrica foram restabelecidos. São prejuízos para todos os lados. É necessário fazer a lei ser cumprida logo. O conceito das cidades não terem fiação aérea deve ser imediato. O tema foi debatido por muitos anos na Câmara Municipal e agora temos uma lei que atenda todas as necessidades.
Durante o processo de elaboração do projeto, realizamos reuniões com as companhias de cabeamento de telefonia e internet, além de concessionária de energia. A análise realizada junto à Secretaria de Parceiras Estratégicas do município, viabiliza opções com iniciativas em PPP (parceria público privada), possibilita os investimentos sem onerar o bolso dos contribuintes.
Aos consumidores diminui os riscos de interrupção de fornecimento dos serviços. O consumidor não pode ficar dias sem luz para manter suas vidas. O preço dos alimentos cada dia mais elevados, não podem ser jogados fora porque estragaram nas geladeiras desligadas. O mercado de trabalho e a tecnologia estão interligados, é impossível uma empresa passar dias sem energia elétrica. Hoje, qualquer serviço não pode ficar desabastecido de energia. São muitos serviços prejudicados, desde a fluidez do trânsito até a área da saúde. Os hospitais, unidades de saúde, casas de repousos e clínicas médicas são serviços essenciais e não podem sofrer com a falta de rede elétrica.
Sem luz também não tem água. As estações de tratamento de água passaram dias com a produção e distribuição prejudicadas. Diversos locais da cidade enfrentaram as torneiras secas por conta de questões relacionadas a falta de energia.
A proposta soluciona mais do que o emaranhado de fios expostos aos eventos climáticos, em ruas movimentas de intensa circulação. Vai além: proporciona mais segurança. Também é prevenção aos atos de vandalismo, o furto de cabos metálicos, mais um problema recorrente. Outro ponto extremamente importante que precisamos falar: a fiação subterrânea não atrapalha o crescimento e desenvolvimento das árvores. A cidade permanece arborizada e o meio ambiente agradece.
É um projeto que beneficia a todo: Porto Alegre ficará mais limpa e segura. As empresas diminuem os custos com manutenção e insumos. Já contamos com o apoio de boa parte dessas companhias. Ao longo prazo elas terão menos custos com substituição de equipamentos.
Essa mudança na rede de cabeamento demonstra um avanço na cidade. Determina a Porto Alegre que queremos ter nos próximos anos, mais arborizada, segura e tecnológica.
Foto: Guilherme Almeida – Correio do Povo