Precisamos passar o Brasil a limpo

Apenas dois dias após o julgamento histórico, Lula – ficha suja – é lançado pré-candidato. Os líderes de esquerda estão por todos as mídias incitando a violência, o ódio, a desobediência civil e o não reconhecimento da decisão judicial unânime do TRF4, ou seja, é um partido que se coloca acima da lei. Lula diz que não respeitará a decisão da Justiça e formaliza pré-candidatura à Presidência, conclama militância a defendê-lo nas ruas e ainda avisa, em tom de ameça, que vai disputar para ‘ganhar e governar’.

Usando a teoria fajuta do golpe, querem fazer crer que a democracia está em risco e tentam legitimar toda forma de reação criminosa, justificando-a como “manifestação” e “direito de luta”. Precisamos lembrar que democracia para esta esquerda populista é apenas quando eles estão no poder, com seu discurso único e hegemônico. Com a narrativa fabricada de um Estado de Exceção, inflamam os militantes à reação pela força. Me pergunto como cidadã, até onde irá esta tolerância das casas legislativas e da justiça em relação aos deputados e senadores que estão fazendo estes discursos?

Ao lançarem a pré-candidatura de Lula, mesmo após a condenação em segunda instância, reafirmam a sua disposição em seguir e enaltecer criminosos, como um partido fora-da-lei. Lula é um ficha suja. O PT está tão inebriado e cego pelo discurso que criou que não consegue enxergar fora da bolha. Será tarde demais quando perceberem que “o povo”, como eles gostam de falar (sempre se colocando fora desta categoria, mas como os únicos capazes de fazer a sua redenção) está saturado de mentiras e de bandidos e já entendeu que o “rei” Lula está nu e não os representa. Estão perdendo a oportunidade histórica de fazerem uma autoanálise e admitirem seus erros. Ao contrário, se empenham em atos cênicos, puramente midiáticos, fazendo comícios com plateia trazida de longe, para garantir um público que de outra forma inexistiria. Elevando continuamente o tom vão acabar falando sozinhos e trazendo para si o peso e o rigor da lei.

“Direito de luta” tem quem é inocente, quem é perseguido, quem é acusado injustamente e vilipendiado. Nada disto se aplica aqui. Quem acompanha os fatos desde o Mensalão, da CPI dos Correios, sabe que a realidade é outra. A institucionalização de esquemas criminosos altamente complexos e organizados possibilitou a compra de apoio político em vários partidos e construiu uma base aliada de cúmplices. Se nossas instituições não fossem tão burocráticas e lentas, se vivêssemos em um sistema parlamentarista (que não tolera corruptos no poder) talvez tivéssemos conseguido impedir a destruição da Petrobrás e o saque voraz sobre tantas outras estatais. Talvez tivéssemos conseguido retirá-los do poder antes que os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Fundo de Garantia dos Trabalhadores (FGTS) e dos fundos de previdência estatais fossem enviados, via BNDES, para custear bilhões de dólares em investimentos em outros países. Pagando obras super necessárias de infraestrutura que não temos no Brasil e que poderiam ter mudado a nossa realidade.

O PT e todos os seus senadores, deputados e cúmplices, que são acusados de diversos crimes, saquearam este país, no maior golpe que já foi dado contra os trabalhadores. “Direito de luta” eles terão na justiça, dentro da legalidade exigida em uma democracia, de preferência sem mandato e sem foro privilegiado. Fora do âmbito legal, devem se submeter e pagar por tudo o que fizeram.

É hora de passar o Brasil a limpo.

(Fernanda Barth é cientista política)

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